No ano de 1987 eu e minha mãe morávamos na casa da minha madrinha na 308 sul. Foi uma época muito rica da minha vida, pois minha madrinha e seu marido eram pessoas muito cultas ligadas às artes e a educação. Aprendi muito com eles. Dona Lélia (minha madrinha) era muito católica, porém tinha certa afinidade com o espiritismo. Ela me ensinava a respeitar toda e qualquer religião. Nesse mesmo ano a secretária de dona Lélia, começou a ter algumas crises nervosas e alucinações. Uma quadra acima (709sul) existia (como existe até hoje), o Centro Espírita Fraternidade. Imediatamente minha madrinha encaminhou sua secretária para alguns tratamentos neste centro, e foi em uma dessas idas que minha mãe, que era responsável em levá-la ao tratamento, me convidou para lhe fazer companhia. Foi a primeira vez que tive contato com um Centro Espírita. Fiquei muito curioso, mas prometi pra mim mesmo que voltaria quando tivesse idade para entender mais toda aquela situação.
Foi com 16 anos que tive o primeiro contato com a Doutrina Espírita através de Allan Kardec, em “O Que é o Espiritismo”. Um ano depois ganhei de aniversário “O Livro dos Espíritos”. Lembro-me muito bem que no dia em que terminei de ler pela primeira vez (digo primeira vez, porque o estudei outras vezes mais tarde e continuo estudando até hoje!)este livro, tive uma sensação de completude. Foi o melhor dia da minha vida. Enfim encontrei o que tanto procurava. Fiquei maravilhado com a lógica, a precisão e o bom senso, da obra codificada por Kardec, e vi realmente nos livros da doutrina (as cinco obras)a face da terceira revelação de Deus aos homens, baseada na Razão e no Sentimento.
Hoje vejo que vivemos espiritismo sem Kardec na maioria das casas espíritas, porque não se estuda com profundidade suas obras, fazendo com que a doutrina vire uma colcha de retalhos. Aceita-se qualquer obra Psicografada como verdade absoluta, só porque vem dos planos espirituais. Deixando de lado toda uma metodologia criada por Kardec para verificação de qualquer escrito que venha da outra dimensão. (Ver em “O Evangelho segundo o Espiritismo” introdução, item 2, “Controle universal do ensino dos espíritos”. Ou Cap.24 de “O Livro dos Médiuns”, “Identidades dos Espíritos”. Dentre outros.)
A decisão de criar este Blog é para divulgação, estudo e reflexão da doutrina espírita, e fazer, quando necessário, alguma crítica. Crítica no sentido como nos orienta o grande Professor e Filósofo Espírita, J. Herculano Pires:
“A palavra crítica é aqui usada no sentido clássico de avaliação de uma obra ou de uma teoria, e não no sentido popular de censura ou maledicência. A crítica como avaliação é indispensável ao desenvolvimento da cultura, ao aprimoramento da inteligência. Sem a justa apreciação de livros e doutrinas estamos sujeitos a enganos que nos levarão a situações desastrosas. Há doutrinas apresentadas com roupagem literária e científica enganadora. Precisamos despi-las para chegar à verdade que, segundo a tradição, só pode ser conhecida em sua nudez.” (A pedra e o joio)
Este é um espaço aberto a críticas e comentários, pois só através de debates, discussões, analises e estudos que poderemos chegar a verdade que prega o Espiritismo. Então vamos com Kardec e por Kardec.
Fé inabalável só
o é a que pode
encarar frente a
frente a razão,
em todas as
épocas da
Humanidade. Kardec
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ResponderExcluirVamos difundir o Espiritismo unicamente pela Codificação que é a forma verdadeira de faze-lo... Seja cada vez mais ativo em reverter essa situação em que se encontra o movimento espírita brasileiro igrejeiro sacerdotal...Estamos lhe apoiando meu amigo!!!
ResponderExcluirMuita Paz