sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

Termos e expressões Espíritas

É comum, infelizmente, vermos em postes e paradas de ônibus, cartazes com os dizeres: “vidente espírita, joga-se búzios e cartas” ou “Mãe Joaquina, espírita, faz amarração para o amor” e por aí vai...! Outro aspecto é confundir Espiritismo com Umbanda, como se fosse tudo a mesma coisa Só porque se utiliza em ambos a comunicação com espíritos!( nada contra a Umbanda). Outra coisa é a denominação de “Espírita Kardecista”. Eu era uma dessas pessoas que se denominava assim! Até o IBGE (instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) em seu ultimo senso (2010) na pesquisa de Religião não havia a palavra espírita, mas sim Kardecista. Se fosse respondido somente “Espírita” ficaria como “sem opção religiosa”. Por desconhecimento das pessoas em geral, de vários espíritas e por uma questão histórica, esta confusão acontece.
O leigo (vamos chamar assim!) por ter uma visão muito superficial da doutrina, mistura espiritismo com macumba e praticas exótica. Muitas pessoas vão a um centro espírita (o próprio nome “Centro” já faz remeter na mente destas pessoas a “Centro de Umbanda”), pensando em ver um altar com imagens, velas e defumadores ou um fundo falso aonde a qualquer momento vai se ver as imagens. Se bem que certos centros e espíritas adotam, por falta de estudo infelizmente, praticas exóticas, fortalecendo ainda mais essa “Aura” que circula a doutrina. Esta situação hoje melhorou um pouco mais, com o espaço que se tem na mídia, mas este espaço ainda não contribui para esclarecer as pessoas o que é Doutrina Espírita de fato! Mas esta é uma crítica que farei em outro momento. Da mesma forma a expressão “Espírita Kardecista” nos induz a pensar que existe outras formas de espiritismo, como por exemplo, “Espírita Umbandista”.
Espiritismo, Espírita ou Espiritista é uma nomenclatura Própria da Ciência Espírita, portanto só a ele é empregado. Definida muito bem por Kardec na introdução ao estudo da doutrina em “O Livro dos Espíritos”:
 “Para se designarem coisas novas são precisos termos novos. Assim o exige a clareza da linguagem, para evitar a confusão inerente à variedade de sentidos das mesmas palavras. Os vocábulos espiritual, espiritualista, espiritualismo têm acepção bem definida. Dar-lhes outra, para aplicá-los à doutrina dos Espíritos, fora multiplicar as causas já numerosas de anfibologia*. Com efeito, o espiritualismo é o oposto do materialismo. Quem quer que acredite haver em si alguma coisa mais do que matéria, é espiritualista. Não se segue daí, porém, que creia na existência dos Espíritos ou em suas comunicações com o mundo visível. Em vez das palavras espiritual, espiritualismo, empregamos, para indicar a crença a que vimos de referir-nos, os termos espírita e espiritismo, cuja forma lembra a origem e o sentido radical e que, por isso mesmo, apresentam a vantagem de ser perfeitamente inteligíveis, deixando ao vocábulo espiritualismo a acepção que lhe é própria. Diremos, pois, que a doutrina espírita ou o Espiritismo tem por princípio as relações do mundo material com os Espíritos ou seres do mundo invisível. Os adeptos do Espiritismo serão os espíritas, ou, se quiserem os espiritistas” (...).
Ectoplasma, corpo astral, incorporação, carma etc.. são outros termos que são comuns dentro do movimento espírita, que tem significados diferentes dos usados pelo Espiritismo,e é usado como se fosse um termo espírita. Fluido vital, Perispírito, lei de causa e efeito, são termos e expressões proprias do Espiritismo.
Penso que não devemos misturar outros termos usados na Teosofia, no Ocultismo, no Budismo, na Metapsíquica e outras, como sendo Espíritas para não criar confusão. Todos nós temos liberdade de usar a palavra que quisermos, mas se nos denominamos Espíritas, temos que ter, pelo menos, um pouco de respeito pela doutrina trazida pelo Espírito da Verdade codificada por Allan Kardec. Estudando, meditando e colocando em prática o que nós aprendemos é que vamos usar os termos e expressões condizentes com a Ciência e Filosofia Espírita. Sugiro  começarmos este estudo pela “Introção ao estudo da Doutrina Espírita” em O Livro dos Espíritos. Vamos começar então? Bom leitura a todos!!

*Anfibologia (do grego amphibolia) vem a ser, na lógica e na lingüística moderna, o mesmo que ambigüidade (do latim ambiguitas, atis), isto é, a duplicidade de sentido em uma construção sintática. Um enunciado é ambíguo e, portanto, anfibológico quando permite mais de uma interpretação.(Fonte:http://pt.wikipedia.org/wiki)

terça-feira, 4 de janeiro de 2011

Obras Mediúnicas e Espiritismo (Introdução)

Hoje quando chegamos em uma livraria espírita(ou não) encontramos milhares de títulos nas prateleiras e dezenas de editoras querendo seu lugar ao sol nas casas dos leitores. Exatamente são mais de 4.000 mil títulos e mais de 100 milhões de exemplares vendidos. (Fonte. FEEC.). Temos verdadeiros Best-sellers, como: Divaldo Franco, Chico Xavier, Robson Pinheiro, Mônica de Castro, dentre outros. As editoras produzem livros hoje bem mais atraentes, com capa dura e Layout bem mais leve. Não perdendo em nada se comparado com as grandes editoras. Têm-se uma abertura maior as obras mediúnicas nestes últimos tempos do que a 10 ou 15 anos atrás.
 Praticamente tudo que vem pela  via mediúnica é publicado. Livros ditos “Espíritas” com conteúdos duvidosos e Fantásticos enchem as prateleiras das livrarias espíritas. Muitos de nós sem ter uma base segura em Allan Kardec acabamos por aceitar tudo que vem pela mediunidade como verdade, sem examinar nada. É sempre bom lembrar que a mediunidade não pertence ao Espiritismo, a doutrina só a estudou para que aqueles que tratem dela possam praticá-la com segurança e sem escolhos.Não quer dizer que porque é obra mediúnica seja espírita.Isto faz com que o Espiritismo fique sem credibilidade. Então qual o parâmetro que podemos usar para termos mais segurança? A resposta a está pergunta é, Allan Kardec. O mestre previu, através da experiência e pesquisa todos os inconvenientes, e sempre sob a orientação dos espíritos superiores.
Na revista espírita de 1863 do mês de maio temos um ótimo artigo com o título, ’’exame das comunicações mediúnicas que nos são enviadas”. Vejamos:
(...) “Aplicando esses princípios de ecletismo às comunicações que nos são enviadas, diremos que em 3.600 há mais de 3.000 que são de moralidade irreprochável, e excelentes como fundo; mas que desse número nem 300 merecem publicidade e apenas 100 têm mérito fora do comum. Como essas comunicações vieram de muitos pontos diferentes, inferimos que a proporção deve ser mais ou menos geral. Por aí pode julgar-se da necessidade de não publicar inconsideradamente tudo quanto vem dos Espíritos, se quisermos atingir o objetivo a que nos propomos, tanto do ponto de vista material quanto do efeito moral e da opinião que os indiferentes possam fazer do Espiritismo”.

Podemos observar o quanto Kardec era criterioso com as comunicações. Mas porque ele era assim? Ele sabia que a humanidade abrange não só os encarnados, mas também os desencarnados, e assim como aqui existem sábios, bons, maus, ignorantes, pseudo-sábios, literatos, espertos, gozadores, etc. do outro lado não seria diferente. Por isso o critério. Continuando:
(...) “eis por que, ao lado de alguns bons pensamentos, encontram-se, muitas vezes, idéias
excêntricas e traços inequívocos da mais profunda ignorância. É nessas modalidades de trabalhos mediúnicos que temos notado mais sinais de obsessão, dos quais um dos mais freqüentes é a injunção por parte do Espírito de os mandar imprimir; e alguns pensam erradamente que tal recomendação é suficiente para encontrar um editor atencioso que se encarregue da tarefa”.

Mas Kardec nem imaginava que hoje, em pleno século 21 os editores estão aceitando o “mandar imprimir” sem exame algum.

(...) “É principalmente em semelhante caso que um exame escrupuloso é necessário, se não nos quisermos expor a fazer discípulos à nossa custa. É, ainda, o melhor meio de afastar os
Espíritos presunçosos e pseudo-sábios, que se retiram inevitavelmente quando não encontram instrumentos dóceis a quem façam aceitar suas palavras como artigos de fé. A intromissão
desses Espíritos nas comunicações é, fato conhecido, o maior escolho do Espiritismo. Toda precaução é pouca para evitar as publicações lamentáveis. Em tais casos, mais vale pecar por excesso de prudência, no interesse da causa”(...)

Poderia enumerar vários livros e autores aqui, mas ficaria muito extenso e maçante para quem lê. O que foi escrito acima é só uma introdução para temas e livros que iremos discutir e estudar em artigos futuros, mas sempre confrontando um texto das obras da doutrina com certas informações.

Todos tem liberdade para ler ou não muitas obras que são editadas, podemos acreditar nas informações e nos espíritos que nos diz, mas daí colocar livros e informações como complementares(fazendo até palestras destas informações) sem critério algum é não dar crédito a metodologia empregada por Allan Kardec. Desfigurando assim a Doutrina Espírita e alimentando um lado nosso muito forte que é o místico, e ela(a doutrina) é o contra ponto disto. Uma vez li uma frase interessante, “O Espiritismo será no futuro o que fizermos dele” o que estamos fazendo dela então? Vamos pensar...