É comum, infelizmente, vermos em postes e paradas de ônibus, cartazes com os dizeres: “vidente espírita, joga-se búzios e cartas” ou “Mãe Joaquina, espírita, faz amarração para o amor” e por aí vai...! Outro aspecto é confundir Espiritismo com Umbanda, como se fosse tudo a mesma coisa Só porque se utiliza em ambos a comunicação com espíritos!( nada contra a Umbanda). Outra coisa é a denominação de “Espírita Kardecista”. Eu era uma dessas pessoas que se denominava assim! Até o IBGE (instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) em seu ultimo senso (2010) na pesquisa de Religião não havia a palavra espírita, mas sim Kardecista. Se fosse respondido somente “Espírita” ficaria como “sem opção religiosa”. Por desconhecimento das pessoas em geral, de vários espíritas e por uma questão histórica, esta confusão acontece.
O leigo (vamos chamar assim!) por ter uma visão muito superficial da doutrina, mistura espiritismo com macumba e praticas exótica. Muitas pessoas vão a um centro espírita (o próprio nome “Centro” já faz remeter na mente destas pessoas a “Centro de Umbanda”), pensando em ver um altar com imagens, velas e defumadores ou um fundo falso aonde a qualquer momento vai se ver as imagens. Se bem que certos centros e espíritas adotam, por falta de estudo infelizmente, praticas exóticas, fortalecendo ainda mais essa “Aura” que circula a doutrina. Esta situação hoje melhorou um pouco mais, com o espaço que se tem na mídia, mas este espaço ainda não contribui para esclarecer as pessoas o que é Doutrina Espírita de fato! Mas esta é uma crítica que farei em outro momento. Da mesma forma a expressão “Espírita Kardecista” nos induz a pensar que existe outras formas de espiritismo, como por exemplo, “Espírita Umbandista”.
Espiritismo, Espírita ou Espiritista é uma nomenclatura Própria da Ciência Espírita, portanto só a ele é empregado. Definida muito bem por Kardec na introdução ao estudo da doutrina em “O Livro dos Espíritos”:
“Para se designarem coisas novas são precisos termos novos. Assim o exige a clareza da linguagem, para evitar a confusão inerente à variedade de sentidos das mesmas palavras. Os vocábulos espiritual, espiritualista, espiritualismo têm acepção bem definida. Dar-lhes outra, para aplicá-los à doutrina dos Espíritos, fora multiplicar as causas já numerosas de anfibologia*. Com efeito, o espiritualismo é o oposto do materialismo. Quem quer que acredite haver em si alguma coisa mais do que matéria, é espiritualista. Não se segue daí, porém, que creia na existência dos Espíritos ou em suas comunicações com o mundo visível. Em vez das palavras espiritual, espiritualismo, empregamos, para indicar a crença a que vimos de referir-nos, os termos espírita e espiritismo, cuja forma lembra a origem e o sentido radical e que, por isso mesmo, apresentam a vantagem de ser perfeitamente inteligíveis, deixando ao vocábulo espiritualismo a acepção que lhe é própria. Diremos, pois, que a doutrina espírita ou o Espiritismo tem por princípio as relações do mundo material com os Espíritos ou seres do mundo invisível. Os adeptos do Espiritismo serão os espíritas, ou, se quiserem os espiritistas” (...).
Ectoplasma, corpo astral, incorporação, carma etc.. são outros termos que são comuns dentro do movimento espírita, que tem significados diferentes dos usados pelo Espiritismo,e é usado como se fosse um termo espírita. Fluido vital, Perispírito, lei de causa e efeito, são termos e expressões proprias do Espiritismo.Penso que não devemos misturar outros termos usados na Teosofia, no Ocultismo, no Budismo, na Metapsíquica e outras, como sendo Espíritas para não criar confusão. Todos nós temos liberdade de usar a palavra que quisermos, mas se nos denominamos Espíritas, temos que ter, pelo menos, um pouco de respeito pela doutrina trazida pelo Espírito da Verdade codificada por Allan Kardec. Estudando, meditando e colocando em prática o que nós aprendemos é que vamos usar os termos e expressões condizentes com a Ciência e Filosofia Espírita. Sugiro começarmos este estudo pela “Introção ao estudo da Doutrina Espírita” em O Livro dos Espíritos. Vamos começar então? Bom leitura a todos!!
*Anfibologia (do grego amphibolia) vem a ser, na lógica e na lingüística moderna, o mesmo que ambigüidade (do latim ambiguitas, atis), isto é, a duplicidade de sentido em uma construção sintática. Um enunciado é ambíguo e, portanto, anfibológico quando permite mais de uma interpretação.(Fonte:http://pt.wikipedia.org/wiki)
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